“Se a criança tem um bom desenvolvimento visual é um passo maior para que ela tenha um excelente desenvolvimento social e escolar”, diz Dr. Rodrigo Fernandes, especialista em Oftalmologia Pediátrica.

Crianças estrábicas tendem a enfrentar maiores dificuldades psicossociais

“Se a criança tem um bom desenvolvimento visual é um passo maior para que ela tenha um excelente desenvolvimento social e escolar”, diz Dr. Rodrigo Fernandes, especialista em Oftalmologia Pediátrica.

Do momento do parto a abertura dos olhos pela primeira vez, a criança passa a experimentar o mundo por todos os seus sentidos. Segundo o Dr. Rodrigo Fernandes, nos dois primeiros anos de vida a criança tem a formação visual da forma mais intensa possível, chegando muito próxima a visão de um adulto. Após os 2 anos de idade esse processo se dá de uma forma mais lenta, porém gradual, contribuindo para a forma com que ela enxerga e entende a si mesma e o espaço ao seu redor.  

“Infelizmente ainda é comum que as crianças apareçam para a primeira consulta oftalmológica apenas quando tem algum sinal ou sintoma de baixa visão. Não é porque é comum que quer dizer que seja o correto. O ideal é que as crianças sejam submetidas a consultas oftalmológicas a cada seis meses nos 2 primeiros anos de vida, e uma vez por ano dos 2 aos 7 anos de vida”, enfatiza o especialista. Dessa maneira, é possível acompanhar a evolução da visão da criança garantindo que ela tenha um bom desenvolvimento em ambos os olhos, ao diagnosticar precocemente alterações que podem comprometer o desenvolvimento visual. 

Quando a criança com estrabismo chega no consultório em idade avançada, ela já entende que é diferente das outras crianças e isso pode comprometer as relações sociais, amorosos e familiares, aumentando o risco de Depressão e outras doenças mentais. 

A primeira infância é um momento de intensas descobertas em que a criança começa a frequentar outros espaços para além do ciclo familiar: a escola, atividades extraturno, esporte e outros hobbies a colocam em contato com diferentes pessoas. Os novos desafios de interação são comuns a todas elas, mas para as crianças com estrabismo – em processo de tratamento ou não – as necessidades de atenção para as suas limitações, fragilidades e emoções são colocadas em maior evidência.

“Vesguice”, não. Estrabismo. 

O desalinhamento dos olhos, conhecido popularmente como “vesguice” ou pessoa “vesga”, é nomeado clinicamente como estrabismo. Uma condição oftalmológica que afeta o funcionamento em conjunto dos olhos, em que um dos glóbulos pode vir a olhar para um sentido diferente do seu par. Esse desvio de sentidos é diagnosticado em quatro tipos diferentes: convergente (em que o olhar se aproxima do nariz), divergente (no qual o olhar se afasta do nariz), hipertropia (o olhar se desvia para cima) e hipotropia (o olhar se desvia para baixo). 

Em todos os casos, a doença compromete a saúde ocular por reduzir o campo de visão, dificultando a percepção de profundidade, de nitidez das imagens captadas, causando dores de cabeça, cansaço visual, uma possível visão duplicada e caso não seja tratado adequadamente, leva a perda permanente da visão. O que pode ser evitado, principalmente, em casos infantis com o diagnóstico precoce e o tratamento indicado, seja ele menos invasivo como o uso de tampões e óculos de grau, ou mais invasivo como a cirurgia ou a aplicação da Toxina Botulínica

Impactos psicossociais e dificuldades de aprendizado na primeira infância 

“O estigma faz com que as pessoas portadoras tenham uma dificuldade 

maior social e laborativo”, acrescenta o Oftalmologista Pediátrico. 

Quem nunca ouviu que fazer careta, entortar os olhos e olhar para o nariz, “deixa” vesgo se uma brisa de vento passar? Pois é, entre brincadeiras, mitos populares e bullying, as crianças com estrabismo enfrentam a estigmatização de serem percebidas como diferentes de seus pares. Com piadas e comentários negativos, especialmente, no âmbito escolar, os pequenos são afetados na construção de sua própria imagem, atingindo diretamente a sua confiança e autoestima. Logo, é comum que as crianças estrábicas sejam mais introvertidas, evitem certas integrações e atividades escolares, por causa das dificuldades físicas provocadas pela doença interligadas as condições psíquicas.  

Os sintomas do estrabismo, como vimos anteriormente, causam desconfortos visuais que podem limitar essa criança nas suas diferentes vivências. No seu aprendizado escolar, por exemplo, dependendo do seu lugar no mapa de sala ela pode não conseguir enxergar o quadro muito bem, o que vai afetar as suas notas e a sua participação em aula. Além disso, a baixa visão pode atrapalhá-la em trabalhos em grupos, práticas esportivas nas aulas de Educação Física, e também na sua integração com os outros colegas. Ao ficar de fora de brincadeiras na hora do intervalo, não ser escolhida para fazer parte do time e em vários outros momentos de exclusão e solidão, o emocional e o psicológico dessa criança são fragilizados.  

Sendo assim, as barreiras para a socialização somada ao estresse do distúrbio visual, das questões estéticas e talvez até mesmo do desconforto do tratamento – de começar a usar tampões e/ou se adaptar ao uso dos óculos – pode desencadear aflições que ao serem negligenciadas, se desenvolvem para transtornos como a ansiedade e a depressão. 

Nesse momento delicado, é necessário que os pais estejam atentos as mudanças de comportamento e humor de seus filhos para que possam auxiliá-lo e oferecê-lo suporte profissional, caso precisem. Uma boa equipe especializada, de orientação educacional, psicológica junto de um bom médico oftalmologista, pode fazer com que esse processo seja muito mais leve e menos doloroso. 

“Vamos cuidar da saúde visual das nossas crianças de uma forma adequada. Estrabismo é uma doença que não deve ser esquecida e deve ser tratada tanto na criança, no adulto e por que não no idoso? É uma doença que tem uma satisfação no pós-operatório muito grande e uma resolutividade muito alta. Não tem aquela de que ‘o estrabismo não tem tratamento ou está muito velho para ser tratado’. Deve ser tratado sim, para garantir qualidade de vida”, finaliza o Dr. Rodrigo Fernandes.

Dr. Rodrigo Fernandes – CRM 65641 | RQE 33003
Dra. Paula Borges Carrijo – CRM 53336 | RQE 41855

(34) 99869-7469 UMC Centro Clínico – Rua Rafael Marino Neto, 600, Jardim Karaíba
Salas 232 e 233

Fique conectado

Siga-nos nas redes sociais e acompanhe as novidades, dicas de saúde ocular e muito mais.

Olhar+ Clínica de Olhos CNPJ. Todos os direitos reservados ©2024

Agende Agora Sua Consulta!
1
Precisa de ajuda? Mande uma mensagem!
Olá! Somos da Clínica Olhar+ Gostaria de Agendar Uma Consulta? Fale Conosco!