“Glaucoma não tem cura, mas tem controle”, Dra. Oftalmologista, Paula Carrijo.
“Glaucoma não tem cura, mas tem controle”, Dra. Oftalmologista, Paula Carrijo.
Já imaginou perder a visão e não perceber? Infelizmente isso é mais comum do que você imagina. Para só para pensar, quando foi a última vez que você foi ao médico oftalmologista? Ou tirou algumas horas da sua rotina para fazer um exame preventivo?
Ah, você é novo, tem alguns casos de glaucoma na família, mas enxerga bem, não usa óculos, para que vai perder tempo marcando consulta, não é mesmo? Então, não é bem assim.
Vamos supor que você tem 40 anos e já faz um tempo desde a sua última consulta oftalmológica. Você foi a uma consulta há quase 2 anos atrás e decide postergar um pouco mais. Mas após 3, 4 meses depois você começou uma doença. Essa doença que antes era recente, agora já evoluiu e se encontra em um estado grave. Você não sentiu sintomas e acredita que a sua saúde ocular está em dia. Até começar a esbarrar nos objetos, ter dificuldade para dirigir, sentir sintomas mais fortes e perceber que já perdeu parte da visão central.
O Glaucoma é uma doença silenciosa e assintomática, de início, que começa afetando a visão periférica e se estreita progressivamente, afunilando a visão central, até levar a cegueira irreversível.
Conheça os tipos de Glaucoma e saiba como prevenir a segunda causa de cegueira evitável no mundo.
O que é o Glaucoma?
Segundo o Dr. Oftalmologista Rodrigo Fernandes é o aumento de líquido dentro do olho e, consequentemente, o aumento da pressão. Com o aumento da pressão intraocular as células principais da visão morrem, o que leva o paciente à cegueira para o resto da vida.
O Glaucoma age matando as células do nervo óptico, lesionando primeiro as células da região periférica que são as mais sensíveis, e conforme essas células vão morrendo, a pessoa perde a visão periférica até evoluir para a perda da visão central. “Pouco a pouco o paciente perde a visão e não percebe, porque vai se adaptando àquela perda de visão progressiva”, complementa o doutor.
Glaucoma de Ângulo Aberto (Crônico simples)
O Glaucoma de Ângulo Aberto é o mais comum em pessoas acima dos 40 anos de idade, com predisposição genética, histórico familiar e outros fatores. Esse tipo de Glaucoma é caracterizado por ser assintomático e de perda gradual da visão, levando anos de desenvolvimento até a cegueira. “O paciente só vai perceber quanto está avançado e aí a gente não consegue mais reverter os danos”, relata a Dra. Paula Carrijo.
Glaucoma de Ângulo Fechado
O Glaucoma de Ângulo Fechado pode acontecer de forma gradual ou então repentina. Nesse tipo de Glaucoma é comum a presença de sintomas como: dor ocular intensa, visão turva, vermelhidão, dor de cabeça e até mesmo vômito. É indicado a procura de um médico oftalmologista e um atendimento de urgência, para que possam tentar reverter o quadro.
Glaucoma de Tensão Normal
Já o Glaucoma de Tensão Normal é mais raro e acontece sem a variação da pressão intraocular, com nervos ópticos danificados. São necessários exames complementares, investigar o histórico familiar e acompanhar ao longo do tempo para o diagnóstico final.
Glaucoma Secundário
O Glaucoma Secundário, como o próprio nome já diz, é uma causa secundária, não um fator genético de predisposição familiar. Pode ser desenvolvido às vezes a partir do uso de medicações como corticóide, alguma cirurgia intraocular ou inflamação no olho, que doenças crônicas como diabetes, uveítes e cataratas, também são fatores de risco.
“Não é todo mundo que tem uma dessas doenças que vai desenvolver o glaucoma, é só a gente acompanhando mesmo para saber. Mas por ter o diabetes, por exemplo, principalmente se não tiver bem controlado, é um fator de risco importante para o desenvolvimento da doença ocular”, esclarece a Dra. Paula Carrijo.
Glaucoma Congênito
Diferente dos outros Glaucomas, o Glaucoma Congênito tem sintomas mais perceptíveis e intensos. “O Glaucoma na criança costuma ser mais agressivo do que o Glaucoma no adulto”, aponta o Dr. Rodrigo Fernandes. A pressão dentro dos olhos geralmente é muito alta o que leva à perda da visão de forma mais rápida e agressiva. Após o diagnóstico, o tratamento precisa ser instituído imediatamente.
Os sinais a serem observados numa criança assim que ela nasce são:
Caso Real de Glaucoma Congênito.
“Uma criança de Santa Vitória, do interior, nasceu e desde recém-nascida lacrimejava muito em um dos olhos. Ela foi diagnosticada com Conjuntivite, isso é muito comum. Essas crianças geralmente são diagnosticadas com conjuntivite inicialmente, porque lembra muito: o olho fica vermelho, lacrimeja bastante e a criança tem dificuldade na abertura desse olhinho. Então a criança foi diagnosticada com conjuntivite, foi tratada assim por aproximadamente quatro meses com vários corticoides, antibióticos, que pode até mesmo ter piorado esse caso, porque o corticoide é contraindicado nessas horas. E ela foi evoluindo dessa forma até que chegou a mim. Na hora que eu a vi, percebi que já era um Glaucoma Congênito mais avançado, com uma lesão de nervo óptico. A criança lacrimejava muito, estava inclusive com uma infecção secundária na época, com uma infecção bacteriana secundária por causa desse lacrimejamento. E era uma criança muito chorosa, muito agitada, mais do que o normal. Aí foi instituído o tratamento logo de início, de colírio, e encaminhada para a cirurgia. Hoje em dia ela está operada e normalmente as crianças ficam com uma miopia bem intensa, e se diagnosticado precocemente consegue preservar a visão. Mas nesse caso, creio que não foi possível”, relata o Dr. Rodrigo.
Diagnóstico
O diagnóstico só pode ser feito por um médico oftalmologista após avaliação do histórico familiar, do nervo óptico, da pressão ocular, de exames complementares e/ou acompanhamento regular.
Fatores de Risco
Tratamentos possíveis
O Glaucoma não tem cura, mas pode e deve ser controlado com tratamentos e consultas regulares para a preservação da visão.
Cada caso demanda um tipo de tratamento, mas o mais comum é o uso de colírios, que podem ser usados sozinhos ou acompanhados de outros procedimentos mais invasivos, como a cirurgia ou menos invasivos, como o laser. Ambos são procedimentos de recuperação rápida, tranquila e efetiva.
“Pode ser que você faça a cirurgia e você não precise mais de colírios. Depende da pressão do olho, como que ficou a pressão depois da cirurgia. Algumas vezes até o SLT [laser] já é o suficiente para tirar os colírios. Agora o medicamento via oral só é usado quando as pressões intraoculares estão muito elevadas, os colírios não estão resolvendo e você não tem como fazer uma cirurgia de urgência. Aí a gente entra com o tratamento via oral, só que ele tem que ser temporário porque os efeitos colaterais são muito intensos”, explica o Dr. Rodrigo.
Prevenção
Exames e consultas em dia. A visita ao oftalmologista pelo menos uma vez ao ano, garante o acompanhamento da sua saúde evitando o desenvolvimento progressivo sem tratamento.
“O acompanhamento regular é essencial tanto para a gente fazer uma prevenção do Glaucoma quanto de outras doenças oculares. O oftalmologista não é só para passar os óculos, é muito mais que isso, é a saúde ocular para a gente envelhecer bem, enxergando sempre além. Doeu o olho, embaçou a visão, não deixe para depois. Vamos investigar. Pode ser alguma coisa simples, mas pode ser uma coisa mais séria”, ressalta a Dra. Paula Carrijo.
26 de maio, Dia Nacional de Combate ao Glaucoma
“Eu acho que essas datas são extremamente importantes, ainda mais em uma data que é fixa, é todo ano, para sempre estarmos falando disso, para lembrarmos a população de doenças graves como o Glaucoma que é uma cegueira evitável. Se nós conseguirmos fazer um diagnóstico precoce, fazer o tratamento certinho, a pessoa vai continuar enxergando normal para o resto da vida. Agora, se demora para fazer o diagnóstico, a cegueira vem. Precisamos falar mesmo e a gente não pode esquecer do Glaucoma Congênito, porque é hora de falar do diagnóstico precoce das doenças oftalmológicas nas crianças também”, finaliza o Dr. Rodrigo Fernandes.
Dr. Rodrigo Fernandes – CRM 65641 | RQE 33003
Dra. Paula Borges Carrijo – CRM 53336 | RQE 41855
(34) 99869-7469 UMC Centro Clínico – Rua Rafael Marino Neto, 600, Jardim Karaíba
Salas 232 e 233
Siga-nos nas redes sociais e acompanhe as novidades, dicas de saúde ocular e muito mais.
Olhar+ Clínica de Olhos CNPJ. Todos os direitos reservados ©2024